Esta página explora estratégias, desejos e ideias para construir um ecossistema de informação mais saudável, projetado para informar práticas que avancem os nossos esforços coletivos. Ela se baseia em várias sessões facilitadas durante o encontro presencial em Santiago, incluindo programas de rádio e criação de zines, além de atualizações regulares de nossa pesquisa.
Trabalhando a partir do urbano, sabemos que, devido à configuração das cidades e aos ritmos de trabalho, em que nossas casas se tornam apenas dormitórios, não conseguimos conversar ou conhecer nossos vizinhos. Nesse contexto, é importante encontrar maneiras de alcançar mais comunidades por meio de tecnologias que estão ao nosso alcance.
Nos dar a possibilidade de colaborar com pessoas que são diferentes de nós; há quem conhece os problemas e quem conhece os aspectos técnicos. Tentar não repetir as mesmas fórmulas que “supostamente funcionam” e expandir para outras disciplinas, como arte e saber popular, que normalmente não estão no centro (por exemplo, o tecido). Colocar a memória no centro. Diversificar as fontes e os tipos de conhecimento. Reconhecer a diferença nos permite sair do nosso foco, não fazer jornalismo capitalista. Conversar com colegas, recuperar conversas com pessoas que não estão nas nossas bolhas. Descentralizar o poder e o acesso ao financiamento. Gerar pontes entre o mundo digital e o território para sair da câmara de eco e, acima de tudo, ter paciência com nós mesmxs.
Repensar a lógica de estar presente. Atualmente, estar presente significa apenas se posicionar nas redes sociais, ter mais visualizações, mais curtidas, mais seguidores. As equipes de comunicação estão reduzidas a fazer chamadas para ação por meio das redes sociais. Precisamos mudar o eu, eu, eu, eu, eu que as organizações fazem para questionar o competitivo, o cacofônico e romper com a lógica capitalista e centralizada. Estar presente significa que todxs nós temos a possibilidade de reconhecer xs outrxs, de construir juntxs. No projeto Lava, eles contam como as pessoas se juntam e unem diferentes habilidades, conhecimentos e sonhos para enfrentar desafios. A coletividade é formada por comunidades e isso gera presença.
Sem financiamento suculento, não há receitas. O primeiro ingrediente é um quilo de conversa e escuta comunitária. 500 gramas de imaginação e experimentação narrativa. Memória e sustentabilidade narrativa na quantidade necessária para fazer a massa se unir. Três xícaras de trabalho com amigas. Cuidado e autoestima política. Uma colherada de empatia, suficiente para aproximar as bolhas. Uma pitada de inteligência artesanal e coletiva. 500 gramas de diversidade e 500 gramas de coalizão. Uma tonelada de esperança e futuro. E como dicas úteis para a cozinha: Faça uma aliança com mais cozinheiras. Faça tudo com espírito divertido, cozinhe nos territórios e que essa receita seja compartilhada.
