Quid e o Instituto Lamparina trabalharam com outros atores da sociedade civil em uma campanha coletiva para que as pessoas jovens brasileiras se registrassem para votar durante uma das eleições mais importantes da história recente do país.

Maíra Berutti, Diretora de Inteligência da Quid, fala sobre o trabalho de incentivar os jovens a votar – ela diz que focar na recuperação de sentimentos positivos anteriormente associados às instituições democráticas é fundamental:

Fizemos uma análise de escuta social que nos ajudou a entender o que estava sendo dito sobre o cadastro de título de eleitores, como os jovens estavam mobilizados ou desmobilizados em relação a essa questão [eleitoral].

Identificamos muita nostalgia […] Tivemos essa primeira percepção de que precisaríamos resgatar um pouco disso, desse sentimento positivo que existia em relação àquele momento do voto.

Depois, realizamos grupos de discussão para entender um pouco da desmotivação. Conversamos com jovens que já haviam se registrado para votar e jovens que não haviam, para podermos entender algumas dessas nuances.

Trabalharam dentro de um ecossistema de campanha (ou seja, um grupo de diferentes campanhas de diferentes organizações, mas com objetivos semelhantes) que enfatizou para as pessoas que as questões em torno das quais elas estavam fazendo campanha não eram apenas questões “ativistas”: elas tinham a ver com a vida das pessoas. Isso foi especialmente importante devido ao contexto altamente polarizado do Brasil.

Gabi Juns do Instituto Lamparina diz:

Acho que o que acertamos muito [na campanha] foi encontrar [vários] canais e mensageiros, não [apenas] ativistas. [Para que o público] entenda que nossas causas não são causas “ativistas”: são sobre a vida.

E então conseguimos algumas coisas em 2022 que foram interessantes: em vez de todas as organizações fazerem uma única campanha, entendemos que iríamos para uma estratégia de muita diversidade. [Com isso], também criamos a sensação de que todos estão falando sobre [o assunto] – não apenas um “pequeno grupo de ativistas”.

Estamos vendo a força da “pulverização”. Então, se eu tiver que fazer materiais de campanha para cinco organizações poderem se posicionar com cinco identidades [visuais] diferentes, eu vou fazer.

A campanha se definiu como “polivocal”, com “muitas vozes se unindo, cada voz individual e distinta falando por mudanças na mesma direção”.

Elas usaram mensagens que inspirariam os jovens a votar, trazendo as razões pelas quais votariam (como “Vá votar pela Floresta Amazônica” ou “Vá votar pela participação indígena na política”) e usaram estratégias criativas como trabalhar com o fã-clube de uma banda de K-Pop popular, obter apoio de celebridades e influenciadores e criar peças bonitas que aludissem ao futuro progressista pelo qual estavam trabalhando.

Em 2022, ano em que essa campanha foi lançada, o Brasil teve um número recorde de jovens eleitores se registrando para votar.

Saiba mais sobre a campanha abaixo:

  • Speak Yourself: Mobilizing Youth to Win Brazil’s 2022 Election,” Words to Win By podcast
  • Mobilizações nas redes sociais buscam aumentar peso do voto jovem nas eleições 2022, Letícia Paiva, Jota
  • Quem está por trás de campanha por voto jovem postada por Leo DiCaprio e que irritou Bolsonaro? BBC News Brasil.