Mutante é um “movimento digital para a conversa cidadã” que trabalha na América Latina criando alternativas para enfrentar a polarização, as fake news, a “tirania do clique” e as “agendas públicas” fabricadas por interesses privados.

Focando em gênero, direitos humanos, saúde mental e meio ambiente, Mutante pratica o que chamam de “jornalismo participativo,” convidando o público a falar ativamente sobre seus problemas, construindo uma agenda pública coletivamente.

María Paula Murcia, Editora de Análise e Impacto na Mutante, nos disse:

Fundação Mutante parte da ideia de que o jornalismo não deve ser unilateral no sentido de produzir informações para pessoas que as consomem, mas não se sentem compelidas por elas ou não respondem a essas informações.

Em vez disso,  entendemos as pessoas que consomem essa informação como agentes. Elas são fontes … cujas histórias são tão legítimas quanto aquelas que se encontram, por exemplo, em reportagens tradicionais.

Dessa forma, construímos o jornalismo participativo a partir das plataformas de rede social, que são a base da nossa infraestrutura de informações.

A metodologia da Mutante prioriza “tecer relacionamentos e vínculos com as pessoas”, abrangendo três fases:

  • Hablar (onde coletam histórias, opiniões e respostas a partir das perspectivas do público).
  • Comprender (onde convidam especialistas a contribuir com evidências), e
  • Actuar (onde implementam ações e conteúdos que empoderam os cidadãos a fazer algo sobre os problemas que estão enfrentando).
Começando por onde as pessoas estão

Durante os primeiros anos da Mutante, a organização optou por não ter um site, mas sim focar na construção de um relacionamento com seu público nas plataformas e nos espaços mais comumente utilizados:

No início… optamos por estar onde as pessoas estavam. No fim, construir um público que migre para uma página web a partir das plataformas de rede social tradicionais é muito complexo. Então fizemos ao contrário: primeiro construímos um público nas redes sociais, principalmente no Instagram, Facebook e Twitter, e a partir daí construímos um site.

Mutante promove conversas sobre questões de gênero, saúde mental, emergência climática e direitos humanos.

Na época em que conversamos com a organização para esta pesquisa, Mutante estava promovendo conversas para ampliar o entendimento da mobilidade humana devido a causas climáticas na Colômbia e para expor as desigualdades por trás da pobreza energética nas ilhas colombianas. Desde então continuaram a criar espaços para o diálogo sobre os impactos da emergência climática.

Você pode encontrar alguns exemplos dessas conversas abaixo: