Por Laura Sofía, da Agência Baudo
Em um ecossistema de meios de comunicação latino-americano, onde os recursos econômicos geralmente são limitados, a inovação nas narrativas não deve depender exclusivamente do orçamento disponível. É necessário explorar como as alianças estratégicas, a interdisciplinaridade e a criatividade podem transformar os projetos jornalísticos e comunitários, aumentando seu impacto social e abrindo novas possibilidades de financiamento.
Por que falar sobre alianças estratégicas?
As colaborações com organizações, coletivos e pessoas com visões semelhantes possibilitam a combinação de conhecimento, redes, infraestrutura e talento para superar as limitações financeiras. Além de otimizar os recursos, essas alianças enriquecem os projetos com uma diversidade de ideias, promovendo iniciativas que se conectam com diversos públicos e constroem um ecossistema colaborativo.
Inovação para aumentar o impacto e as oportunidades de financiamento
Os projetos que integram disciplinas, exploram novos formatos narrativos e se concentram no impacto social têm maior probabilidade de atingir mais públicos, aumentar a conscientização entre os tomadores de decisão e atrair financiamento alternativo. A inovação não apenas fortalece as conexões com as comunidades, mas também aumenta a credibilidade e amplia a influência das narrativas no cenário atual.
O decálogo: princípios para a criação de narrativas interdisciplinares com impacto social
Inspirado pela experiência do CHAGRA, reuni as chaves para motivar a criação de projetos inovadores:
- Comunicação comunitária: Envolver ativamente as comunidades na construção de suas próprias histórias, para criar narrativas inclusivas e transformadoras.
- Fusão arte-jornalismo: Incorporar disciplinas artísticas, como ilustração, música ou teatro, para se conectar emocionalmente com o público.
- Design como narrativa: Usar o design e a visualização de dados para traduzir questões complexas em formatos acessíveis e atraentes.
- Conhecimento ancestral e local: Levar o jornalismo para as ruas com intervenções urbanas ou exposições que atinjam quem não tem acesso à mídia convencional.
- Conhecimento ancestral e local: Resgatar o conhecimento e as tradições comunitárias para enriquecer histórias e dignificar culturas.
- Co-criação e horizontalidade: Colaborar com jornalistas, artistas, designers e comunidades na construção coletiva de narrativas equitativas.
- Interdisciplinaridade: Criar espaços onde design, tecnologia, arte e jornalismo dialoguem para abordar questões sociais de forma complexa e enriquecedora.
- Tecnologia com propósito social: Implementar ferramentas digitais a serviço de mudanças positivas nas comunidades.
- Narrativa visual potente: Aproveitar o poder das imagens e dos audiovisuais para transmitir mensagens duradouras.
- Sustentabilidade e impacto de longo prazo: Construir histórias que transcendam os formatos imediatos e gerem mudanças duradouras nas comunidades.
É um bom momento para tornar o ecossistema da mídia mais saudável, repensando a maneira como contamos histórias, dando mais abertura a formas de contar histórias a partir de uma abordagem que priorize a interdisciplinaridade, as parcerias estratégicas e o impacto social. As narrativas inovadoras podem contribuir para diferentes transformações, se conectar com o público e abrir novas possibilidades de financiamento.